- Que balanço faz deste seu trabalho?
É extremamente positivo, conforme as audiências podem comprovar. Mas, tirando a componente das audiências e do sucesso, está a ser muito bom fazer uma personagem mais adulta e contracenar com actores muito bons.
- E como está a ser protagonizar a vilã Cláudia?
Diria que é uma aspirante a vilã. Comecei a ficar ansiosa com a chegada dos textos porque quero muito conhecer o trajecto e o desfecho desta personagem. Acho que ela pode ter muitos desfechos. A Cláudia tem uma personalidade muito vincada, não gosta da vida que teve e que tem e é muito obsessiva em relação ao futuro que deseja.
- Porque é empregada, mas ambiciona ser patroa!
É tão obsessiva que chega a ser perversa. Passa por cima de toda a gente e é superinsensível. A Cláudia tem o lado emocional muito escondido, muito recalcado. Por acaso, achava piada vir a descobrir um pouco de sentimento nela.
- Por que lhe chamou apenas ‘aspirante’ a vilã?
Porque não é suficientemente madura para ser uma vilã. Ela só tem 25 anos, uma experiência de vida curta, alguma imaturidade, por isso é que digo que não é a vilã. É mais uma menina-mulher que não olha a meios para atingir fins.
- Este papel é um desafio em termos de composição?
É. É a personagem mais desprovida de sentimento que já fiz até hoje. E cansa muito. Saio psicologicamente cansada dos estúdios. No décor do quarto do João (João Catarré), costumamos gravar 12 a 15 cenas de seguida. E eu só falo, falo, sou manipuladora, maltratada pelo João... Nesses dias fico cansada de mim mesma, da personagem, porque ela é incansável, fala muito e tem sempre uma artimanha preparada.
- Como treinou a gestualidade da Cláudia?
Foi em casa que trabalhei as expressões, os olhares, o tom de voz, tudo em frente ao espelho, com os textos na mão. Até porque tinha de amadurecer e distanciar-me da Maria Inês (‘Flor do Mar’), que era muito calma a falar, pausada, muito doce, e da Diana (‘Morangos’), que gritava muito e tinha um tom de voz muito irritante. Tive de trabalhar a voz e fazer um tom mais grave. Tudo acompanhado de expressões faciais, físicas.
- Como reagem os seus fãs a esta personagem?
Acho que estou a conseguir irritar as pessoas. Isto é o pretendido. Vêm ter comigo e dizem-me: ‘a menina é tão má’ ou ‘não se cansa de fazer mal às pessoas?’, ‘a menina Zé fez-lhe o quê para a tratar tão mal? Olhe a sua mãe que é tão boa pessoa!’.
- Em termos de visual, voltou aos seus caracóis?
Não tanto pois desfrisei o cabelo para ‘Flor do Mar’. E por causa da humidade da ilha da Madeira tive de desfrisar o cabelo três vezes. Isso estragou me um bocadinho os caracóis. Agora o cabelo ficou com um ondulado mais largo. Mas identifico-me muito com os caracóis. São a minha imagem. Gosto muito dos meus caracóis, mas mudarei de visual as vezes que forem necessárias.
- Começou aos 11 anos em ‘Amanhecer’. Hoje, quando olha para trás, como vê este percurso?
Com uma grande alegria depois do que superei. Não foi fácil passar de ano na escola e com boas notas. Estou no 2.º ano de Psicologia sem nunca ter perdido um ano. Sinto-me muito realizada.
- Chegou mais longe do que imaginava?
Quando olho para trás, com a idade que tinha quando comecei com ‘Amanhecer’, achava que ia fazer aquele trabalho e mais nada. Chegar aqui já foi muito.
- Não gostava de ter desafios noutros formatos?
Estou habituada ao ritmo da novela, mas um actor deve ser versátil e agarrar coisas diferentes. Mas enquanto me derem desafios na novela, personagens sempre diferentes, isso chega-me, porque estou sempre em formação.
- Quando volta ao cinema?
Foi uma experiência única, que gostava de repetir. É um meio mais fechado do que a televisão.
- E teatro?
Nunca fiz teatro e tenho mais vontade de fazer. Mas à medida que o tempo passa vou tendo cada vez mais receio de não estar à altura quando esse dia chegar. Faz falta a todo o actor passar por todas as variantes da representação.
AUTODIDACTA: A EXPERIÊNCIA
Espartilhada entre a representação e a carreira académica, Sara Barradas é uma autodidacta e actriz com oito anos de tarimba. "Ainda não pus de parte a ideia de fazer o conservatório, ou ir ao estrangeiro fazer formação. Mas só depois de concluir a licenciatura", conta à ‘Correio TV’. Revela a jovem actriz que a falta de formação específica é compensada pela experiência que "vale muito". "Não tenho formação teórica, mas tenho a prática. O que faz de mim a actriz que sou hoje tem sido o trabalho com os outros actores com quem contracenei, os excelentes realizadores que me têm dirigido, os técnicos com quem trabalhei...", frisa.
PERFIL
Sara Barradas tem 19 anos e estreou-se na representação, na TVI, em 2002, com a novela ‘Amanhecer’, ao lado de Fernanda Serrano. Seguiu-se ‘Queridas Feras’, ‘Fala-me de Amor’, ‘Morangos com Açúcar’ (V e VI temporadas) e ‘Flor do Mar’, onde foi co-protagonista. No registo de comédia, a actriz integrou os elencos de ‘Zero em Comportamento’, ‘Mini-Malucos do Riso’ e ‘A Minha Família’. Estreou-se no cinema em 2005 com o filme ‘Coisa Ruim’. Sara Barradas passou para o segundo ano do curso de Psicologia.
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“Estou a conseguir irritar as pessoas”
- Que balanço faz deste seu trabalho?
É extremamente positivo, conforme as audiências podem comprovar. Mas, tirando a componente das audiências e do sucesso, está a ser muito bom fazer uma personagem mais adulta e contracenar com actores muito bons.
- E como está a ser protagonizar a vilã Cláudia?
Diria que é uma aspirante a vilã. Comecei a ficar ansiosa com a chegada dos textos porque quero muito conhecer o trajecto e o desfecho desta personagem. Acho que ela pode ter muitos desfechos. A Cláudia tem uma personalidade muito vincada, não gosta da vida que teve e que tem e é muito obsessiva em relação ao futuro que deseja.
- Porque é empregada, mas ambiciona ser patroa!
É tão obsessiva que chega a ser perversa. Passa por cima de toda a gente e é superinsensível. A Cláudia tem o lado emocional muito escondido, muito recalcado. Por acaso, achava piada vir a descobrir um pouco de sentimento nela.
- Por que lhe chamou apenas ‘aspirante’ a vilã?
Porque não é suficientemente madura para ser uma vilã. Ela só tem 25 anos, uma experiência de vida curta, alguma imaturidade, por isso é que digo que não é a vilã. É mais uma menina-mulher que não olha a meios para atingir fins.
- Este papel é um desafio em termos de composição?
É. É a personagem mais desprovida de sentimento que já fiz até hoje. E cansa muito. Saio psicologicamente cansada dos estúdios. No décor do quarto do João (João Catarré), costumamos gravar 12 a 15 cenas de seguida. E eu só falo, falo, sou manipuladora, maltratada pelo João... Nesses dias fico cansada de mim mesma, da personagem, porque ela é incansável, fala muito e tem sempre uma artimanha preparada.
- Como treinou a gestualidade da Cláudia?
Foi em casa que trabalhei as expressões, os olhares, o tom de voz, tudo em frente ao espelho, com os textos na mão. Até porque tinha de amadurecer e distanciar-me da Maria Inês (‘Flor do Mar’), que era muito calma a falar, pausada, muito doce, e da Diana (‘Morangos’), que gritava muito e tinha um tom de voz muito irritante. Tive de trabalhar a voz e fazer um tom mais grave. Tudo acompanhado de expressões faciais, físicas.
- Como reagem os seus fãs a esta personagem?
Acho que estou a conseguir irritar as pessoas. Isto é o pretendido. Vêm ter comigo e dizem-me: ‘a menina é tão má’ ou ‘não se cansa de fazer mal às pessoas?’, ‘a menina Zé fez-lhe o quê para a tratar tão mal? Olhe a sua mãe que é tão boa pessoa!’.
- Em termos de visual, voltou aos seus caracóis?
Não tanto pois desfrisei o cabelo para ‘Flor do Mar’. E por causa da humidade da ilha da Madeira tive de desfrisar o cabelo três vezes. Isso estragou me um bocadinho os caracóis. Agora o cabelo ficou com um ondulado mais largo. Mas identifico-me muito com os caracóis. São a minha imagem. Gosto muito dos meus caracóis, mas mudarei de visual as vezes que forem necessárias.
- Começou aos 11 anos em ‘Amanhecer’. Hoje, quando olha para trás, como vê este percurso?
Com uma grande alegria depois do que superei. Não foi fácil passar de ano na escola e com boas notas. Estou no 2.º ano de Psicologia sem nunca ter perdido um ano. Sinto-me muito realizada.
- Chegou mais longe do que imaginava?
Quando olho para trás, com a idade que tinha quando comecei com ‘Amanhecer’, achava que ia fazer aquele trabalho e mais nada. Chegar aqui já foi muito.
- Não gostava de ter desafios noutros formatos?
Estou habituada ao ritmo da novela, mas um actor deve ser versátil e agarrar coisas diferentes. Mas enquanto me derem desafios na novela, personagens sempre diferentes, isso chega-me, porque estou sempre em formação.
- Quando volta ao cinema?
Foi uma experiência única, que gostava de repetir. É um meio mais fechado do que a televisão.
- E teatro?
Nunca fiz teatro e tenho mais vontade de fazer. Mas à medida que o tempo passa vou tendo cada vez mais receio de não estar à altura quando esse dia chegar. Faz falta a todo o actor passar por todas as variantes da representação.
AUTODIDACTA: A EXPERIÊNCIA
Espartilhada entre a representação e a carreira académica, Sara Barradas é uma autodidacta e actriz com oito anos de tarimba. "Ainda não pus de parte a ideia de fazer o conservatório, ou ir ao estrangeiro fazer formação. Mas só depois de concluir a licenciatura", conta à ‘Correio TV’. Revela a jovem actriz que a falta de formação específica é compensada pela experiência que "vale muito". "Não tenho formação teórica, mas tenho a prática. O que faz de mim a actriz que sou hoje tem sido o trabalho com os outros actores com quem contracenei, os excelentes realizadores que me têm dirigido, os técnicos com quem trabalhei...", frisa.
PERFIL
Sara Barradas tem 19 anos e estreou-se na representação, na TVI, em 2002, com a novela ‘Amanhecer’, ao lado de Fernanda Serrano. Seguiu-se ‘Queridas Feras’, ‘Fala-me de Amor’, ‘Morangos com Açúcar’ (V e VI temporadas) e ‘Flor do Mar’, onde foi co-protagonista. No registo de comédia, a actriz integrou os elencos de ‘Zero em Comportamento’, ‘Mini-Malucos do Riso’ e ‘A Minha Família’. Estreou-se no cinema em 2005 com o filme ‘Coisa Ruim’. Sara Barradas passou para o segundo ano do curso de Psicologia.
É extremamente positivo, conforme as audiências podem comprovar. Mas, tirando a componente das audiências e do sucesso, está a ser muito bom fazer uma personagem mais adulta e contracenar com actores muito bons.
- E como está a ser protagonizar a vilã Cláudia?
Diria que é uma aspirante a vilã. Comecei a ficar ansiosa com a chegada dos textos porque quero muito conhecer o trajecto e o desfecho desta personagem. Acho que ela pode ter muitos desfechos. A Cláudia tem uma personalidade muito vincada, não gosta da vida que teve e que tem e é muito obsessiva em relação ao futuro que deseja.
- Porque é empregada, mas ambiciona ser patroa!
É tão obsessiva que chega a ser perversa. Passa por cima de toda a gente e é superinsensível. A Cláudia tem o lado emocional muito escondido, muito recalcado. Por acaso, achava piada vir a descobrir um pouco de sentimento nela.
- Por que lhe chamou apenas ‘aspirante’ a vilã?
Porque não é suficientemente madura para ser uma vilã. Ela só tem 25 anos, uma experiência de vida curta, alguma imaturidade, por isso é que digo que não é a vilã. É mais uma menina-mulher que não olha a meios para atingir fins.
- Este papel é um desafio em termos de composição?
É. É a personagem mais desprovida de sentimento que já fiz até hoje. E cansa muito. Saio psicologicamente cansada dos estúdios. No décor do quarto do João (João Catarré), costumamos gravar 12 a 15 cenas de seguida. E eu só falo, falo, sou manipuladora, maltratada pelo João... Nesses dias fico cansada de mim mesma, da personagem, porque ela é incansável, fala muito e tem sempre uma artimanha preparada.
- Como treinou a gestualidade da Cláudia?
Foi em casa que trabalhei as expressões, os olhares, o tom de voz, tudo em frente ao espelho, com os textos na mão. Até porque tinha de amadurecer e distanciar-me da Maria Inês (‘Flor do Mar’), que era muito calma a falar, pausada, muito doce, e da Diana (‘Morangos’), que gritava muito e tinha um tom de voz muito irritante. Tive de trabalhar a voz e fazer um tom mais grave. Tudo acompanhado de expressões faciais, físicas.
- Como reagem os seus fãs a esta personagem?
Acho que estou a conseguir irritar as pessoas. Isto é o pretendido. Vêm ter comigo e dizem-me: ‘a menina é tão má’ ou ‘não se cansa de fazer mal às pessoas?’, ‘a menina Zé fez-lhe o quê para a tratar tão mal? Olhe a sua mãe que é tão boa pessoa!’.
- Em termos de visual, voltou aos seus caracóis?
Não tanto pois desfrisei o cabelo para ‘Flor do Mar’. E por causa da humidade da ilha da Madeira tive de desfrisar o cabelo três vezes. Isso estragou me um bocadinho os caracóis. Agora o cabelo ficou com um ondulado mais largo. Mas identifico-me muito com os caracóis. São a minha imagem. Gosto muito dos meus caracóis, mas mudarei de visual as vezes que forem necessárias.
- Começou aos 11 anos em ‘Amanhecer’. Hoje, quando olha para trás, como vê este percurso?
Com uma grande alegria depois do que superei. Não foi fácil passar de ano na escola e com boas notas. Estou no 2.º ano de Psicologia sem nunca ter perdido um ano. Sinto-me muito realizada.
- Chegou mais longe do que imaginava?
Quando olho para trás, com a idade que tinha quando comecei com ‘Amanhecer’, achava que ia fazer aquele trabalho e mais nada. Chegar aqui já foi muito.
- Não gostava de ter desafios noutros formatos?
Estou habituada ao ritmo da novela, mas um actor deve ser versátil e agarrar coisas diferentes. Mas enquanto me derem desafios na novela, personagens sempre diferentes, isso chega-me, porque estou sempre em formação.
- Quando volta ao cinema?
Foi uma experiência única, que gostava de repetir. É um meio mais fechado do que a televisão.
- E teatro?
Nunca fiz teatro e tenho mais vontade de fazer. Mas à medida que o tempo passa vou tendo cada vez mais receio de não estar à altura quando esse dia chegar. Faz falta a todo o actor passar por todas as variantes da representação.
AUTODIDACTA: A EXPERIÊNCIA
Espartilhada entre a representação e a carreira académica, Sara Barradas é uma autodidacta e actriz com oito anos de tarimba. "Ainda não pus de parte a ideia de fazer o conservatório, ou ir ao estrangeiro fazer formação. Mas só depois de concluir a licenciatura", conta à ‘Correio TV’. Revela a jovem actriz que a falta de formação específica é compensada pela experiência que "vale muito". "Não tenho formação teórica, mas tenho a prática. O que faz de mim a actriz que sou hoje tem sido o trabalho com os outros actores com quem contracenei, os excelentes realizadores que me têm dirigido, os técnicos com quem trabalhei...", frisa.
PERFIL
Sara Barradas tem 19 anos e estreou-se na representação, na TVI, em 2002, com a novela ‘Amanhecer’, ao lado de Fernanda Serrano. Seguiu-se ‘Queridas Feras’, ‘Fala-me de Amor’, ‘Morangos com Açúcar’ (V e VI temporadas) e ‘Flor do Mar’, onde foi co-protagonista. No registo de comédia, a actriz integrou os elencos de ‘Zero em Comportamento’, ‘Mini-Malucos do Riso’ e ‘A Minha Família’. Estreou-se no cinema em 2005 com o filme ‘Coisa Ruim’. Sara Barradas passou para o segundo ano do curso de Psicologia.
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