"Quando é que vocês, membros do coro, percebem que ninguém gosta de vocês e desistem?", pergunta, de microfone em punho, um dos "totós" da escola, nos primeiros minutos do primeiro episódio da nova temporada de Glee, que se estreia esta noite, às 21.25, na Fox Life. Resposta: "Nunca!" Se há promessa que o formato pode fazer é ser tão preconceituosa, estereotipada e provocadora como nos primeiros 22 episódios. Pelo demais, "somos o plâncton da cadeia alimentar desta escola". Palavra de Kurt Hummel, a personagem gay e afectada de Chris Colfer.
"Gozamos com os estereótipos, e toda a gente cai neles", diz a actriz Amber Riley, que, na série, interpreta a miúda negra, gorda, com baixa auto-estima. A fórmula vencedora continua na segunda temporada da série musical, tal como o recurso aos mais populares temas da pop americana. Até o objectivo é o mesmo: participar nos campeonatos nacionais de coros. Mas, para apimentar, forma-se uma estranha aliança entre o director do grupo coral (Jessalyn Gilsig) e Sue Sylvester (Jane Lynch), e Rachel Berry, mais diva que nunca, terá uma concorrente à altura.
Com uma diferença: Glee, na realidade, está no Olimpo das séries norte-americanas, como prova a audiência média de 12,3 milhões de espectadores que assistiram ao primeiro episódio da segunda temporada, Audition, exibido pela cadeia Fox a 21 de Setembro.
A série, produzida por Ryan Murphy, chegou à segunda temporada depois de uma muito concorrida digressão pelos Estados Unidos, presença dos actores nos principais talk shows da América, um programa especial na Oprah, a consagração da actriz Jane Lynch e vários prémios: Globo de Ouro para Melhor Série de Comédia, prémio SAG para o Melhor Elenco de Comédia e quatro Emmy Awards, incluindo o de Melhor Participação Especial para Neil Patrick Harris.
Tudo menos os excluídos da televisão, portanto.
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