sábado, 6 de novembro de 2010

"Queremos ser um grupo de loucos a fazer televisão"

Está na direcção de programas da TVI há seis meses. Que balanço faz deste período?
É complicado para mim fazer um balanço, porque parece que estou a olhar para trás e isso é coisa que não consigo fazer na minha vida. Sinto-me como se estivesse sempre a navegar e a televisão é um veículo de muito movimento, estamos sempre a tentar fechar coisas, a aprimorar, é uma experiência constante. Sinto-me bem na TVI, temos uma excelente equipa de trabalho, sinto-me confortável aqui, a experimentar coisas, o que é muito desafiante para qualquer profissional. 
E da presença da Fátima Lopes na TVI?
É maravilhoso saber que uma empresa como a TVI conta com os profissionais que tem. Fazemos uma reunião semanal com a participação de todos, com a Júlia [Pinheiro] como directora de conteúdos, para encontrar coisas novas, para buscar loucuras e nos tornarmos cada vez mais um grupo de loucos a fazer televisão. Esse é o grande objectivo: pôr cá fora todas as loucuuras. Essa ousadia está na cabeça de todos os profissionais e apresentadores da TVI, e são inacreditáveis os apresentadores que a TVI tem. É difícil dizer que a Fátima veio para a TVI porque a Fátima está na TVI, já é uma coisa contínua nas nossas vidas.
‘Sedução’ é a nova aposta da TVI. Que leitura faz das audiências que a novela tem vindo a registar?
É uma novela sólida, que entrou com um confronto muito forte, de grandes representações, de grandes actores, e que consolida dia-a-dia um público muito forte. Quando fazemos análises das audiências, vemos que ela faz uma parede muito forte em cima da concorrência. É cedo para falar, mas artisticamente é muito bonita, feita em Lisboa, com cenários incríveis, é mais um desafio que vamos fazendo. O que é importante nas nossas novelas é isso, essa vontade e determinação de estar sempre à frente das coisas, que não tem a ver com concorrência, tem a ver com o espírito das pessoas da Plural, de querer ser diferente, dos actores a aceitarem o desafio de fazer personagens diferentes. Adoro o Perry, está impressionante naquela personagem, a Fernanda, a Maria João... É importante essa união, a entrega dos actores para grandes desafios e a ousadia dos profissioanis em Portuagl de fazerem sempre uma novela diferente.
E a ‘Casa dos Segredos’?
‘Casa dos Segredos’ é uma coisa desgarrada, todos os dias é uma coisa nova. Já conseguiu bater níveis inacreditáveis de audiência que nós nunca julgámos que fossemos atingir sem ser no futebol. Conseguiu deitar abaixo todos os sites com entradas absurdas de uma multidão de gente tentando aceder, consegue hoje no canal ‘TVI Secret story’ , no MEO, números inacreditáveis. Vamos acabar sendo o canal mais visto do cabo, o que é uma loucura para um jogo. Quando se fala tanto da força do cabo, é um feito. E não tenho dúvidas nenhumas de que vamos acabar sendo o canal mais visto do MEO. 
A Plural quer construir de raiz um grande complexo de estúdios, a Cidade da Imagem. Como está esse projecto?
Continuamos à espera da autorização de construção do projecto. No dia em que autorizarem, construímos. Mas para não ficarmos  nas condições em que estamos hoje -porque queremos melhorar, queremos expandir e não temos mais espaço para crescer- independentemente da Cidade da Imagem, vamos fazer uma alteração das nossas estruturas e vamos unificar todos os nossos estúdios. Vamos, a partir de Janeiro, transferir todos os nossos estúdios e empresas para um centro de produção. 
E quanto vai custar?
É um projecto que vai poder transformar-nos e colocar-nos a par das maiores produtoras do mundo. Custa praticamente zero, porque se eu disser quanto custa, é caro, mas se fizer contas de quanto custa manter esta estrutura em todas as áreas que me dificultam o trabalho, vai ver que é muito barato e na realidade custa quase nada ter tudo junto a produzir  com  a quantidade de produção que fazemos hoje. Esse é o propósito: unificar tudo e depois transferir para a nova cidade, onde teremos uma estrutura muito maior do que a que estamos a preparar hoje, com todas as cidades montadas e construídas dentro de um pólo. Mas agora vamos dar um passo inicial de centralização das nossas coisas.
Onde ficam as novas instalações?
Não posso falar ainda. O que é importante para nós quando olhamos para a ficção é o que se faz. Às vezes dizem que é dificil competir com a TVI, porque tem três novelas. Quando oiço isso, o que me vem à cabeça é que temos vindo a trabalhar há muito tempo na consolidação da produção. É muito trabalho na melhoria da escrita, muitas vezes a investir num autor, na melhoria da representação, ousando testar os actores todos os dias. A TVI não tem boas audiências por ter três novelas. Ainda bem que conseguimos agradar às pessoas e termos boas audiências, mas é porque investimos nisto e nestes profsisionais há muito tempo. Quando se dizia que, em Portugal, o bom  era comprar um formato fora, a TVI insistia nos autores. Quando se comprava uma novela inteira e se punha no ar, a TVI investia na ficção. Os resulatdos da TVI não têm a ver com sorte nem com ter três novelas, tem a  ver com a consolidação de um investimento de muitos anos nas pessoas.
Que análise faz à concorrência?
Não faço análise nehuma. A SIC, a RTP e a TVI têm que ter estratégias muito diferentes nos seus investimentos porque, pelas suas necessidades, têm prioridades diferentes. Já é muito complicado fazer as análises das necessidades da TVI, quanto mais fazer análise da concorrência. Tanto o Nuno [Santos, da SIC] quanto o Fragoso [RTP]  têm feito um grande trabalho e esforço dentro das possibilidades que têm, para conseguir fazer uma televisão melhor. É muito fácil os críticos dizerem mal do que é feito, porque opinar de fora é sempre uma maravilha, mas o difícil é sentar e fazer, com todos os condicionalismos. Não tenho dúvida que fazem um trabalho maravilhoso com as condições que têm, dormem pouco como eu e todos dias tentam criar coisas novas e diferentes. É um trabalho de dia-a-dia, porque a televisão faz-se diariamente, minuto a minuto, não é só com o trabalho do ano, porque esse constrói-se no dia-a-dia.
Os ‘Morangos com Açucar’, no ar há oito anos, estão a apresentar resultados abaixo do que é normal. O público está a ficar cansado deste formato?
Não acho. É uma época em que temos sempre este problema com ‘O Preço Certo’, que sobe sempre na mesma época do ano. Vamos ver com a mudança da hora e falamos depois. Há tempos certos para fazer mudanças e temos que estar preparados para elas. O lado bom de podermos estar atento ao que o público nos diz é o trabalho que fazemos hoje nas novelas. Não é como quando filmávamos uma novela inteira e depois exibiamos. Hoje tenho 15 a 20 episódios, temos o poder de intervir, mexer nos personagens, nos vestuários, com muita rapidez, estamos atentos ao que o público quer ver, e na ficção posso mudar uma personagem, uma história.
A TVI vendeu o programa ‘Depois da Vida’. Que outros formatos é que vai vender?
‘Depois Da Vida’ é mais um formato muito interessante, que Espanha experimentou. E num país onde se briga para ter 10% de audiência, teve 20%. Então eu volto a perguntar: será que nós fazemos mal televisão, será que não somos propulsores de novos conteúdos, novos talentos, de novas ideias? Às vezes é chato repetir, mas as pessoas acabam por acreditar. E as pessoas têm que se acostumar que nós em Portugal conseguimos ser propulsores de novas ideias e de grandes talentos para o mundo. Isso não é arrogância nem uma certa ilusão do que pode ser feito, isto é o que já está a acontecer, com um programa nosso, criado em Portugal, a ser líder em Espanha.
E para além deste programa?
Estamos a trabalhar com Espanha e com o Brasil em produtos novos, não só de compra, mas também de venda, mas não queria ainda falar quais são.
Mas de entretenimento ou de ficção?
As duas coisas.
Como é que viu a saída da Manuela Moura Guedes da TVI?
Eu gosto da Manuela, nunca escondi isso. Tanto ela como o José Eduardo são pessoas de quem gosto muito. Ela achou que a melhor coisa para ela era a saída, e fico feliz por ela. Quero que sejam felizes.
O público tem uma grande empatia com ela. Alguma vez ponderou passá-la para o entretenimento?
Nunca tive essa hipótese.
Mas nunca a ponderou, ou  nunca lha colocou?
Estou na TVI há muito pouco tempo e nunca tive contacto profissional com a Manuela, porque quando eu entrei, já ela estava de baixa. Por isso, nunca se cogitou essa hipótese.
Foi ao jantar de despedida?
Nem foi convidado, mas acho normal, porque foi para as pessoas que trabalharam directamente com ela, e eu nunca trabalhei. A relação que temos é mais de casa, nem fazia sentido.
Seria uma figura para a concorrência?
Não sei, quero que ela seja feliz.
Apesar de dizer que é amigo pessooal de José Eduardo Moniz, ele tem tecido várias criticas à TVI desde que saiu. Que comentário faz?
Brigo com ele todas as vezes, porque eu adoro a TV. Tenho uma admiração muito grande por esta casa, pelas pessoas que aqui estão e pelo trabalho que aqui se faz.
Há novidades sobre o programa da Teresa Guilherme?
O programa estreia em Novembro, mas ainda não posso avançar datas.
E que formato podemos esperar deste novo programa?
O que nós queremos é que seja ousado, polémico, irreverente e que consiga apoiar  as pessoas. E é esse formato que está a ser prepararado.
É possível saber que orçamento foi destinado para este projecto?
Não.
Já conseguiu ‘roubar’ a Fátima Lopes à SIC. Há mais alguém que gostasse de trazer para a TVI, por exemplo, os Gato Fedorento?
Neste momento estou muito feliz com as pessoas que tenho a trabalhar na TVI. Mas a Fátima não foi um roubo, foi uma necessidade da TVI. E vamos sempre manter uma postura forte e frontal de gerir os problemas. Não estamos escondidos.
Mas há algum convite que esteja em cima da mesa?
Não há convites. Não fiz convites a ningúem desde que cheguei à TVI. Achei que tinhamos um problema a resolver nas tardes, convidei a Fátima e estamos a fazer um programa. Não houve mais nenhum da minha parte.
Como é a relação com o Cotrim Figueiredo?
Maravilhosamente boa, ele está na porta ao lado e sinto-me vizinho num T1. Na televisão temos que ser rápidos e frontais  na forma de decidir e é esse o retrato que faço dele. Nunca deixa uma resposta para o dia seguinte, resolve as coisas no momento em que tem que ser. Porque a televisão é assim, daqui a dois minutos já não preciso da resposta, porque já passou o tempo, e o Cotrim nunca demorou dois minutos a responder. Acho que tem estado bem.
ANOS 80 NA TVI
A TVI prepara já uma nova novela, desta vez uma produção de época, situada nos anos 80. "Vamos redecorar uma praça inteira de uma cidade, desde a escolha dos carros a todos os detalhes", adianta André Cerqueira, escusando-se a indicar, para já, a localização do projecto, em que a direcção de arte já trabalha há dois meses. O director de Programas da estação de Queluz de Baixo acredita que o formato "vai ser mais um passo em frente". Mais, defende Cerqueira, "esta coisa imparável da evolução é fundamental para a ficção portuguesa".
GALA DE ANO NOVO REGRESSA AO CAMPO PEQUENO
O Ano Novo da TVI vai ser em directo do Campo Pequeno com a final da ‘Casa dos Segredos’, "com uma grande festa", adianta o responsável. Os preparativos para o Natal dos Hospitais e a tradicional gala de Natal do canal também vão avançados. "Já me propuseram as coisas mais loucas", diz Cerqueira.

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"Queremos ser um grupo de loucos a fazer televisão"

Está na direcção de programas da TVI há seis meses. Que balanço faz deste período?
É complicado para mim fazer um balanço, porque parece que estou a olhar para trás e isso é coisa que não consigo fazer na minha vida. Sinto-me como se estivesse sempre a navegar e a televisão é um veículo de muito movimento, estamos sempre a tentar fechar coisas, a aprimorar, é uma experiência constante. Sinto-me bem na TVI, temos uma excelente equipa de trabalho, sinto-me confortável aqui, a experimentar coisas, o que é muito desafiante para qualquer profissional. 
E da presença da Fátima Lopes na TVI?
É maravilhoso saber que uma empresa como a TVI conta com os profissionais que tem. Fazemos uma reunião semanal com a participação de todos, com a Júlia [Pinheiro] como directora de conteúdos, para encontrar coisas novas, para buscar loucuras e nos tornarmos cada vez mais um grupo de loucos a fazer televisão. Esse é o grande objectivo: pôr cá fora todas as loucuuras. Essa ousadia está na cabeça de todos os profissionais e apresentadores da TVI, e são inacreditáveis os apresentadores que a TVI tem. É difícil dizer que a Fátima veio para a TVI porque a Fátima está na TVI, já é uma coisa contínua nas nossas vidas.
‘Sedução’ é a nova aposta da TVI. Que leitura faz das audiências que a novela tem vindo a registar?
É uma novela sólida, que entrou com um confronto muito forte, de grandes representações, de grandes actores, e que consolida dia-a-dia um público muito forte. Quando fazemos análises das audiências, vemos que ela faz uma parede muito forte em cima da concorrência. É cedo para falar, mas artisticamente é muito bonita, feita em Lisboa, com cenários incríveis, é mais um desafio que vamos fazendo. O que é importante nas nossas novelas é isso, essa vontade e determinação de estar sempre à frente das coisas, que não tem a ver com concorrência, tem a ver com o espírito das pessoas da Plural, de querer ser diferente, dos actores a aceitarem o desafio de fazer personagens diferentes. Adoro o Perry, está impressionante naquela personagem, a Fernanda, a Maria João... É importante essa união, a entrega dos actores para grandes desafios e a ousadia dos profissioanis em Portuagl de fazerem sempre uma novela diferente.
E a ‘Casa dos Segredos’?
‘Casa dos Segredos’ é uma coisa desgarrada, todos os dias é uma coisa nova. Já conseguiu bater níveis inacreditáveis de audiência que nós nunca julgámos que fossemos atingir sem ser no futebol. Conseguiu deitar abaixo todos os sites com entradas absurdas de uma multidão de gente tentando aceder, consegue hoje no canal ‘TVI Secret story’ , no MEO, números inacreditáveis. Vamos acabar sendo o canal mais visto do cabo, o que é uma loucura para um jogo. Quando se fala tanto da força do cabo, é um feito. E não tenho dúvidas nenhumas de que vamos acabar sendo o canal mais visto do MEO. 
A Plural quer construir de raiz um grande complexo de estúdios, a Cidade da Imagem. Como está esse projecto?
Continuamos à espera da autorização de construção do projecto. No dia em que autorizarem, construímos. Mas para não ficarmos  nas condições em que estamos hoje -porque queremos melhorar, queremos expandir e não temos mais espaço para crescer- independentemente da Cidade da Imagem, vamos fazer uma alteração das nossas estruturas e vamos unificar todos os nossos estúdios. Vamos, a partir de Janeiro, transferir todos os nossos estúdios e empresas para um centro de produção. 
E quanto vai custar?
É um projecto que vai poder transformar-nos e colocar-nos a par das maiores produtoras do mundo. Custa praticamente zero, porque se eu disser quanto custa, é caro, mas se fizer contas de quanto custa manter esta estrutura em todas as áreas que me dificultam o trabalho, vai ver que é muito barato e na realidade custa quase nada ter tudo junto a produzir  com  a quantidade de produção que fazemos hoje. Esse é o propósito: unificar tudo e depois transferir para a nova cidade, onde teremos uma estrutura muito maior do que a que estamos a preparar hoje, com todas as cidades montadas e construídas dentro de um pólo. Mas agora vamos dar um passo inicial de centralização das nossas coisas.
Onde ficam as novas instalações?
Não posso falar ainda. O que é importante para nós quando olhamos para a ficção é o que se faz. Às vezes dizem que é dificil competir com a TVI, porque tem três novelas. Quando oiço isso, o que me vem à cabeça é que temos vindo a trabalhar há muito tempo na consolidação da produção. É muito trabalho na melhoria da escrita, muitas vezes a investir num autor, na melhoria da representação, ousando testar os actores todos os dias. A TVI não tem boas audiências por ter três novelas. Ainda bem que conseguimos agradar às pessoas e termos boas audiências, mas é porque investimos nisto e nestes profsisionais há muito tempo. Quando se dizia que, em Portugal, o bom  era comprar um formato fora, a TVI insistia nos autores. Quando se comprava uma novela inteira e se punha no ar, a TVI investia na ficção. Os resulatdos da TVI não têm a ver com sorte nem com ter três novelas, tem a  ver com a consolidação de um investimento de muitos anos nas pessoas.
Que análise faz à concorrência?
Não faço análise nehuma. A SIC, a RTP e a TVI têm que ter estratégias muito diferentes nos seus investimentos porque, pelas suas necessidades, têm prioridades diferentes. Já é muito complicado fazer as análises das necessidades da TVI, quanto mais fazer análise da concorrência. Tanto o Nuno [Santos, da SIC] quanto o Fragoso [RTP]  têm feito um grande trabalho e esforço dentro das possibilidades que têm, para conseguir fazer uma televisão melhor. É muito fácil os críticos dizerem mal do que é feito, porque opinar de fora é sempre uma maravilha, mas o difícil é sentar e fazer, com todos os condicionalismos. Não tenho dúvida que fazem um trabalho maravilhoso com as condições que têm, dormem pouco como eu e todos dias tentam criar coisas novas e diferentes. É um trabalho de dia-a-dia, porque a televisão faz-se diariamente, minuto a minuto, não é só com o trabalho do ano, porque esse constrói-se no dia-a-dia.
Os ‘Morangos com Açucar’, no ar há oito anos, estão a apresentar resultados abaixo do que é normal. O público está a ficar cansado deste formato?
Não acho. É uma época em que temos sempre este problema com ‘O Preço Certo’, que sobe sempre na mesma época do ano. Vamos ver com a mudança da hora e falamos depois. Há tempos certos para fazer mudanças e temos que estar preparados para elas. O lado bom de podermos estar atento ao que o público nos diz é o trabalho que fazemos hoje nas novelas. Não é como quando filmávamos uma novela inteira e depois exibiamos. Hoje tenho 15 a 20 episódios, temos o poder de intervir, mexer nos personagens, nos vestuários, com muita rapidez, estamos atentos ao que o público quer ver, e na ficção posso mudar uma personagem, uma história.
A TVI vendeu o programa ‘Depois da Vida’. Que outros formatos é que vai vender?
‘Depois Da Vida’ é mais um formato muito interessante, que Espanha experimentou. E num país onde se briga para ter 10% de audiência, teve 20%. Então eu volto a perguntar: será que nós fazemos mal televisão, será que não somos propulsores de novos conteúdos, novos talentos, de novas ideias? Às vezes é chato repetir, mas as pessoas acabam por acreditar. E as pessoas têm que se acostumar que nós em Portugal conseguimos ser propulsores de novas ideias e de grandes talentos para o mundo. Isso não é arrogância nem uma certa ilusão do que pode ser feito, isto é o que já está a acontecer, com um programa nosso, criado em Portugal, a ser líder em Espanha.
E para além deste programa?
Estamos a trabalhar com Espanha e com o Brasil em produtos novos, não só de compra, mas também de venda, mas não queria ainda falar quais são.
Mas de entretenimento ou de ficção?
As duas coisas.
Como é que viu a saída da Manuela Moura Guedes da TVI?
Eu gosto da Manuela, nunca escondi isso. Tanto ela como o José Eduardo são pessoas de quem gosto muito. Ela achou que a melhor coisa para ela era a saída, e fico feliz por ela. Quero que sejam felizes.
O público tem uma grande empatia com ela. Alguma vez ponderou passá-la para o entretenimento?
Nunca tive essa hipótese.
Mas nunca a ponderou, ou  nunca lha colocou?
Estou na TVI há muito pouco tempo e nunca tive contacto profissional com a Manuela, porque quando eu entrei, já ela estava de baixa. Por isso, nunca se cogitou essa hipótese.
Foi ao jantar de despedida?
Nem foi convidado, mas acho normal, porque foi para as pessoas que trabalharam directamente com ela, e eu nunca trabalhei. A relação que temos é mais de casa, nem fazia sentido.
Seria uma figura para a concorrência?
Não sei, quero que ela seja feliz.
Apesar de dizer que é amigo pessooal de José Eduardo Moniz, ele tem tecido várias criticas à TVI desde que saiu. Que comentário faz?
Brigo com ele todas as vezes, porque eu adoro a TV. Tenho uma admiração muito grande por esta casa, pelas pessoas que aqui estão e pelo trabalho que aqui se faz.
Há novidades sobre o programa da Teresa Guilherme?
O programa estreia em Novembro, mas ainda não posso avançar datas.
E que formato podemos esperar deste novo programa?
O que nós queremos é que seja ousado, polémico, irreverente e que consiga apoiar  as pessoas. E é esse formato que está a ser prepararado.
É possível saber que orçamento foi destinado para este projecto?
Não.
Já conseguiu ‘roubar’ a Fátima Lopes à SIC. Há mais alguém que gostasse de trazer para a TVI, por exemplo, os Gato Fedorento?
Neste momento estou muito feliz com as pessoas que tenho a trabalhar na TVI. Mas a Fátima não foi um roubo, foi uma necessidade da TVI. E vamos sempre manter uma postura forte e frontal de gerir os problemas. Não estamos escondidos.
Mas há algum convite que esteja em cima da mesa?
Não há convites. Não fiz convites a ningúem desde que cheguei à TVI. Achei que tinhamos um problema a resolver nas tardes, convidei a Fátima e estamos a fazer um programa. Não houve mais nenhum da minha parte.
Como é a relação com o Cotrim Figueiredo?
Maravilhosamente boa, ele está na porta ao lado e sinto-me vizinho num T1. Na televisão temos que ser rápidos e frontais  na forma de decidir e é esse o retrato que faço dele. Nunca deixa uma resposta para o dia seguinte, resolve as coisas no momento em que tem que ser. Porque a televisão é assim, daqui a dois minutos já não preciso da resposta, porque já passou o tempo, e o Cotrim nunca demorou dois minutos a responder. Acho que tem estado bem.
ANOS 80 NA TVI
A TVI prepara já uma nova novela, desta vez uma produção de época, situada nos anos 80. "Vamos redecorar uma praça inteira de uma cidade, desde a escolha dos carros a todos os detalhes", adianta André Cerqueira, escusando-se a indicar, para já, a localização do projecto, em que a direcção de arte já trabalha há dois meses. O director de Programas da estação de Queluz de Baixo acredita que o formato "vai ser mais um passo em frente". Mais, defende Cerqueira, "esta coisa imparável da evolução é fundamental para a ficção portuguesa".
GALA DE ANO NOVO REGRESSA AO CAMPO PEQUENO
O Ano Novo da TVI vai ser em directo do Campo Pequeno com a final da ‘Casa dos Segredos’, "com uma grande festa", adianta o responsável. Os preparativos para o Natal dos Hospitais e a tradicional gala de Natal do canal também vão avançados. "Já me propuseram as coisas mais loucas", diz Cerqueira.