Cindy é uma das candidatas da serie 3 da Casa dos Segredos na França que tem raizes portuguesas, fui uma das finalistas da 3° edição e é de lembrar que fui a unica candidata a chegar ao fim sem que o seu segredo fosse descoberto.
Júlia Pinheiro está rendida, mas psicólogo alerta para espectáculo "quase escabroso".
Durante 89 dias, eles vão estar confinados a uma casa com 600 metros quadrados e a um jardim de 300. Não terão contacto com o exterior e estarão vigiados por 30 câmaras. Podia ser o Big Brother, mas não é. Trata-se de Casa dos Segredos, o reality show que a TVI estreia esta noite. "É um jogo de muito maior complexidade e absolutamente fascinante", compara a apresentadora Júlia Pinheiro.
Talvez por se chamar Casa dos Segredos, a TVI não revela nada. Apenas se sabe que cada um dos participantes esconderá uma história acerca da sua vida e é esse pequeno pormenor que lhes permitirá ganhar mais ou menos dinheiro. Um sucesso na França, onde o programa já vai na quarta edição. Júlia Pinheiro foi lá espreitar e adorou. "Mesmo assim, acho que o nosso vai ser mais giro", alega.
A apresentadora admite que o conceito deste reality show já não terá o impacto que teve o Big Brother, mas acredita que causará algum "tumulto" e que será mais um campeão de audiências. Mas há quem tenha dúvidas. "O programa corre o risco de não ser um sucesso assim tão grande por causa da banalização", analisa o psicólogo Jorge Gravanita, que foi um dos principais críticos do Big Brother.
"Era uma espécie de experiência de laboratório com seres humanos", defende.
Dez anos depois, quando andamos na rua ou vamos ao ginásio, somos apanhados por câmaras. Vamos à televisão e desabafamos sobre os nossos problemas mais íntimos. "O conceito está vulgarizado, deixou de ser uma coisa estranha e passou a ser banal", repara o psicólogo.
Uma ideia que aplica a quem vê, mas também a quem participa. "As pessoas que aderem a este tipo de programa vêem na fama um caminho de afirmação", defende o psicólogo. "Normalmente evitamos situações constrangedoras. Aqui joga-se com o inverso: têm uma situação complicada e vão expô-la. É quase escabroso e pornográfico, mas há quem veja nisso uma janela de oportunidade", sublinha.
Para Jorge Gravanita, desde que tenham saúde mental todos podem aguentar a clausura. E dá o exemplo dos mineiros chilenos isolados a cerca de 700 metros de profundidade há quase dois meses: "Têm de aguentar por uma questão de sobrevivência", acrescenta. No entanto, alerta que não há garantias de que a pessoa não vá "descompensar".
Depois, há as consequências, e a principal questão que Jorge Gravanita levanta tem que ver com a exposição mediática. "Quando voltam à normalidade, podem sentir a falta desse mediatismo", alerta, como se o caso de Zé Maria, vencedor do primeiro Big Brother, não fosse suficiente para o ter percebido.
Sem contacto com o exterior
Até à noite de passagem de ano, os concorrentes não terão qualquer informação do exterior. Não terão televisão, nem rádio, nem telefone, nem Internet, nem Facebook, nem Twitter. Nada daquilo que o grupo etário dos concorrentes - entre os 18 e os 40 anos - mais usa para comunicar.
Durante o Big Brother, a produção optou por não informar os concorrentes acerca do atentado ao World Trade Center. Quando os confrontou com a tragédia que mudou o mundo a 11 de Setembro de 2001, Teresa Guilherme percebeu uma coisa: "Se não se sabe das coisas, elas não nos afectam", recorda. Jorge Gravanita explica porquê: "Se nos contarem alguma coisa, para nós é diferente de estarmos a presenciá-la ou a vê-la na televisão em directo."
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