sexta-feira, 3 de junho de 2011

“Forma como se embrulha uma história faz toda a diferença”



O ‘Você na TV' vai sair do estúdio neste Verão?
Está a ser estudado. Já houve anos em que saímos. A TVI não tem a estrutura montada como a RTP para fazer directos pelo País. Sentimos que os telespectadores querem muito que vamos às terras deles. Vamos tentar, uma ou duas vezes por semana.
O programa tem iniciativas concebidas por si?
Tem iniciativas de toda a equipa. Nas reuniões qualquer pessoa pode colaborar. Por mais disparatada que a ideia possa parecer, deve ser comunicada porque alguém pode pegar nela e transformá-la num grande momento de televisão.
E a Cristina contribui com muitas ideias?
Sim, sou um bocadinho idiota. Gosto de criar. A TV já mostrou quase tudo. Temos três horas diárias e já contámos muitas histórias. A diferença pode estar num detalhe. É a surpresa que prende o telespectador. A forma como se embrulha uma história faz toda a diferença e os embrulhos podem ser feitos com fitinhas de veludo.
O ‘Você na TV!' rendeu-se ao Facebook. Como tem sido a experiência?
Pessoalmente não sou muito dada a este tipo de contacto. Mas, na esfera profissional, gosto de o fazer. É uma forma de nos mantermos em contacto com o público. Foi através do Facebook que descobrimos que os bebés vibram com o ‘Você na TV!'. As mães contam que eles gritam quando elas tentam mudar de canal.
São as vossas gargalhadas que prendem as crianças?
A cor, os gritos e as gargalhadas. Os programas da manhã têm sempre um tempo para se impor e sabemos, desde o começo, que fazemos um bom programa para o que nos é pedido. Não temos de ter um cunho muito informativo, nem ser um programa sério. Temos de ser companhia para quem está em casa, pessoas que durante o dia não falam com mais ninguém, e fazemo-lo através de rubricas e notícias e também apalhaçamos muito.
Nestes sete anos qual foi o momento mais alto?
Houve um que me tirou a respiração... Ao falar do drama que a queda do cabelo causa às mulheres com cancro, a convidada lançou a mão à cabeça e arrancou a peruca. Ficou careca, careca, mas tão bonita...
E o mais embaraçoso?
Foi com um inventor. No começo da conversa o senhor disse algo que me fez rir, só tive tempo de virar a cara. Durante 20 minutos não consegui dizer uma palavra. Foi o Manuel que o entrevistou. O realizador só dizia para não me rir...
As pessoas da plateia são sempre as mesmas?
Muitas são presença quase diária, daí que saibamos os nomes delas, as vidas, os problemas, os filhos que casaram... Quando entramos no estúdio são as palmas que nos dão energia. O programa somos nós e aquelas 70 pessoas.
O ‘Você na TV!' é a melhor companhia das manhãs?
Acho que é. A RTP tem a marca do serviço público, os directos aqui e ali, a SIC está a começar uma nova fase com a Júlia. Neste momento, marcamos a diferença. O facto de sermos tão ‘esparvoeirados' e inusitados faz com que nos escolham porque nunca sabem o que vai sair daqui.
Teme mais a Júlia ou o Jorge Gabriel e a Sónia?
Ambos. Sabemos o quão difícil é fazer um programa diário de três horas e estar aqui anos e anos.
E não se cansam?
Não, porque é tudo tão diferente. Não sinto que venho amanhã fazer o mesmo que fiz hoje. Temos muito respeito pela Júlia, cujo trabalho conhecemos bem porque esteve muito tempo connosco, e pelo Jorge e pela Sónia porque, apesar de sermos líderes, eles conseguem muitas vezes passar a meta primeiro do que nós e ganhar. Estamos cá todos para o mesmo. Gostamos de ganhar, é para isso que trabalhamos, e sempre que ganhamos fazemos festa. No que diz respeito à Júlia, não gosto nada que ela perca.
Gosta do formato que a Júlia conduz?
Acho que a Júlia merece melhor... E mais não digo.
O público está a penalizar a mudança da Júlia Pinheiro?
As pessoas não compreendem por que mudamos. Se estamos numa estação e somos bem tratados, por que havemos de mudar? A Júlia está a pagar como o Manuel Luís Goucha pagou quando trocou a RTP pela TVI. A vida é feita de desafios e as pessoas não podem ser crucificadas por mudar de emprego. A Júlia fê-lo aos 40 e muitos anos e quando era ganhadora. Só tem de ser aplaudida por isso.
Fale-nos de uma iniciativa de sua autoria que esteja para arrancar, ou que tenha sido já apresentada?
Não falo das que vão arrancar porque o segredo é a alma do negócio, mas a iniciativa das Cinderelas foi minha, e a ideia foi apanhar quatro senhora escolhidas ao acaso na rua e maquilhá-las, produzi-las de modo a deixá-las totalmente diferentes, surpreendentes, umas verdadeiras cinderelas. Outra iniciativa, Princesa por um dia, ideia que que surgiu após o casamento da Kate e Wiliam,  quisemos mostrar que qualquer mulher pode ser uma princesa. E transformámos algumas noivas à semelhança de algumas princesas reais. São momentos que as pessoas gostam de ver. 
Depois de ‘Uma Canção para Ti', quando a voltaremos a ver aos serões de domingos?
Quando a  TVI e eu quisermos, e quando acharmos que há um formato certo para mim. As expectativas de ‘Uma canção para Ti' foram superadas, muito mais do que eu estava à espera porque quando abracei o projecto ele já ia na quarta edição e tinha a marca muito pessoal da Júlia e do Manuel Luís e tive algum receio de que aquilo não era novo para mim nem tão entusiasmante e acabei por adorar. E percebi porque é que o Manel me dizia que adorava o programa. Achei que foi o formato perfeito para eu arrancar com os programas à noite. Nós sabemos que não há assim tantos formatos, temos o ‘Perdidos na Tribo' no ar e agora só em Setembro arrancará outro projecto. Sei que a TVI sabe bem o que é perfeito para mim. Pode não ser em Setembro, nem Dezembro, mas sei que o formato certo está à minha espera.
Imagina-se hoje a dar aulas de História?
Eu licenciei-me em Ciências da Comunicação, mas estava habilitada a dar Português e História disciplinas que ministrei e adorei porque desde miúda que o meu sonho era ser professora contraiando os lamentos da minha mãe que temia ver-me a trabalhar em qualquer ponto do País. Só me dizia"não queiras ser professora. Vais ficar longe de mim". Não sei se foi por isso que escolhi jornalismo. Mas ainda dei aulas durante dois anos. E adorei a experiência porque não era uma professora muito convencional que, dizia ‘bué' e ‘fixe' e surpreendia os miúdos. Mas gostava muito de, no futuro, passar aos outros o que aprendi na televisão.
BI
Cristina Ferreira, de 33 anos, é licenciada em Ciências da Comunicação. Deu aulas de História durante dois anos e "adorou a experiência" até porque "era uma professora pouco convencional". Apresenta, há sete anos, o ‘Você na TV!', com Manuel Luís Goucha, depois de ter estado um ano no programa informativo ‘Diário da Manhã', também na TVI. Apresentou a última edição de ‘Uma Canção para Ti'. Tem um filho de três anos e é dona de uma casa de moda na Malveira.
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“Forma como se embrulha uma história faz toda a diferença”



O ‘Você na TV' vai sair do estúdio neste Verão?
Está a ser estudado. Já houve anos em que saímos. A TVI não tem a estrutura montada como a RTP para fazer directos pelo País. Sentimos que os telespectadores querem muito que vamos às terras deles. Vamos tentar, uma ou duas vezes por semana.
O programa tem iniciativas concebidas por si?
Tem iniciativas de toda a equipa. Nas reuniões qualquer pessoa pode colaborar. Por mais disparatada que a ideia possa parecer, deve ser comunicada porque alguém pode pegar nela e transformá-la num grande momento de televisão.
E a Cristina contribui com muitas ideias?
Sim, sou um bocadinho idiota. Gosto de criar. A TV já mostrou quase tudo. Temos três horas diárias e já contámos muitas histórias. A diferença pode estar num detalhe. É a surpresa que prende o telespectador. A forma como se embrulha uma história faz toda a diferença e os embrulhos podem ser feitos com fitinhas de veludo.
O ‘Você na TV!' rendeu-se ao Facebook. Como tem sido a experiência?
Pessoalmente não sou muito dada a este tipo de contacto. Mas, na esfera profissional, gosto de o fazer. É uma forma de nos mantermos em contacto com o público. Foi através do Facebook que descobrimos que os bebés vibram com o ‘Você na TV!'. As mães contam que eles gritam quando elas tentam mudar de canal.
São as vossas gargalhadas que prendem as crianças?
A cor, os gritos e as gargalhadas. Os programas da manhã têm sempre um tempo para se impor e sabemos, desde o começo, que fazemos um bom programa para o que nos é pedido. Não temos de ter um cunho muito informativo, nem ser um programa sério. Temos de ser companhia para quem está em casa, pessoas que durante o dia não falam com mais ninguém, e fazemo-lo através de rubricas e notícias e também apalhaçamos muito.
Nestes sete anos qual foi o momento mais alto?
Houve um que me tirou a respiração... Ao falar do drama que a queda do cabelo causa às mulheres com cancro, a convidada lançou a mão à cabeça e arrancou a peruca. Ficou careca, careca, mas tão bonita...
E o mais embaraçoso?
Foi com um inventor. No começo da conversa o senhor disse algo que me fez rir, só tive tempo de virar a cara. Durante 20 minutos não consegui dizer uma palavra. Foi o Manuel que o entrevistou. O realizador só dizia para não me rir...
As pessoas da plateia são sempre as mesmas?
Muitas são presença quase diária, daí que saibamos os nomes delas, as vidas, os problemas, os filhos que casaram... Quando entramos no estúdio são as palmas que nos dão energia. O programa somos nós e aquelas 70 pessoas.
O ‘Você na TV!' é a melhor companhia das manhãs?
Acho que é. A RTP tem a marca do serviço público, os directos aqui e ali, a SIC está a começar uma nova fase com a Júlia. Neste momento, marcamos a diferença. O facto de sermos tão ‘esparvoeirados' e inusitados faz com que nos escolham porque nunca sabem o que vai sair daqui.
Teme mais a Júlia ou o Jorge Gabriel e a Sónia?
Ambos. Sabemos o quão difícil é fazer um programa diário de três horas e estar aqui anos e anos.
E não se cansam?
Não, porque é tudo tão diferente. Não sinto que venho amanhã fazer o mesmo que fiz hoje. Temos muito respeito pela Júlia, cujo trabalho conhecemos bem porque esteve muito tempo connosco, e pelo Jorge e pela Sónia porque, apesar de sermos líderes, eles conseguem muitas vezes passar a meta primeiro do que nós e ganhar. Estamos cá todos para o mesmo. Gostamos de ganhar, é para isso que trabalhamos, e sempre que ganhamos fazemos festa. No que diz respeito à Júlia, não gosto nada que ela perca.
Gosta do formato que a Júlia conduz?
Acho que a Júlia merece melhor... E mais não digo.
O público está a penalizar a mudança da Júlia Pinheiro?
As pessoas não compreendem por que mudamos. Se estamos numa estação e somos bem tratados, por que havemos de mudar? A Júlia está a pagar como o Manuel Luís Goucha pagou quando trocou a RTP pela TVI. A vida é feita de desafios e as pessoas não podem ser crucificadas por mudar de emprego. A Júlia fê-lo aos 40 e muitos anos e quando era ganhadora. Só tem de ser aplaudida por isso.
Fale-nos de uma iniciativa de sua autoria que esteja para arrancar, ou que tenha sido já apresentada?
Não falo das que vão arrancar porque o segredo é a alma do negócio, mas a iniciativa das Cinderelas foi minha, e a ideia foi apanhar quatro senhora escolhidas ao acaso na rua e maquilhá-las, produzi-las de modo a deixá-las totalmente diferentes, surpreendentes, umas verdadeiras cinderelas. Outra iniciativa, Princesa por um dia, ideia que que surgiu após o casamento da Kate e Wiliam,  quisemos mostrar que qualquer mulher pode ser uma princesa. E transformámos algumas noivas à semelhança de algumas princesas reais. São momentos que as pessoas gostam de ver. 
Depois de ‘Uma Canção para Ti', quando a voltaremos a ver aos serões de domingos?
Quando a  TVI e eu quisermos, e quando acharmos que há um formato certo para mim. As expectativas de ‘Uma canção para Ti' foram superadas, muito mais do que eu estava à espera porque quando abracei o projecto ele já ia na quarta edição e tinha a marca muito pessoal da Júlia e do Manuel Luís e tive algum receio de que aquilo não era novo para mim nem tão entusiasmante e acabei por adorar. E percebi porque é que o Manel me dizia que adorava o programa. Achei que foi o formato perfeito para eu arrancar com os programas à noite. Nós sabemos que não há assim tantos formatos, temos o ‘Perdidos na Tribo' no ar e agora só em Setembro arrancará outro projecto. Sei que a TVI sabe bem o que é perfeito para mim. Pode não ser em Setembro, nem Dezembro, mas sei que o formato certo está à minha espera.
Imagina-se hoje a dar aulas de História?
Eu licenciei-me em Ciências da Comunicação, mas estava habilitada a dar Português e História disciplinas que ministrei e adorei porque desde miúda que o meu sonho era ser professora contraiando os lamentos da minha mãe que temia ver-me a trabalhar em qualquer ponto do País. Só me dizia"não queiras ser professora. Vais ficar longe de mim". Não sei se foi por isso que escolhi jornalismo. Mas ainda dei aulas durante dois anos. E adorei a experiência porque não era uma professora muito convencional que, dizia ‘bué' e ‘fixe' e surpreendia os miúdos. Mas gostava muito de, no futuro, passar aos outros o que aprendi na televisão.
BI
Cristina Ferreira, de 33 anos, é licenciada em Ciências da Comunicação. Deu aulas de História durante dois anos e "adorou a experiência" até porque "era uma professora pouco convencional". Apresenta, há sete anos, o ‘Você na TV!', com Manuel Luís Goucha, depois de ter estado um ano no programa informativo ‘Diário da Manhã', também na TVI. Apresentou a última edição de ‘Uma Canção para Ti'. Tem um filho de três anos e é dona de uma casa de moda na Malveira.
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