Equipa da RTP1 dormiu em caixas de cartão e operador de câmara até arrumou carros. Reportagem 'Rua, A Minha Casa' vai hoje para o ar às 21.00
"Os jornalistas vêm aqui, fazem umas perguntas e voltam-nos logo as costas. Sabem lá eles o que é ser sem-abrigo. Deviam era vir para aqui e para a rua, viver connosco" desabafa quem vive na rua. E foi o que fez uma equipa de reportagem da RTP1.
Rosário Salgueiro, jornalista, e António Antunes, repórter de imagem da estação pública partiram para o terreno e, durante uma semana, viveram como sem-abrigo. Um trabalho jornalístico, intitulado Rua, A Minha Casa, que será transmitido hoje pelas 22.00 horas, no programa Linha da Frente, na RTP1.
"Ouvimos um sem-abrigo a dizer que os jornalistas deviam era passar pelo que eles passam para saberem o que é viver na rua. Fiquei a pensar nisso... Por este ser o ano de luta contra a exclusão social e a pobreza, resolvemos avançar", explicou a autora da peça ao DN.
No terreno, durante sete dias no início do mês de Novembro, os repórteres da estação pública acompanharam três sem-abrigo durante 24 horas. Dia e noite. À chuva ou tapados "por cortinados com urina de gato".
"Não estive todos os dias a arrumar carros, mas fi-lo. E foi curioso porque, em cinco minutos, acabei por conseguir recolher mais dinheiro que aquele que o Francisco fez naquele dia. Acabei, claro, por lhe dar o meu dinheiro", recordou António Antunes, repórter responsável pela captação de imagens e que, dois meses antes, começou a deixar crescer a barba, o cabelo e as unhas.
Rosário Salgueiro recorda ainda as horas passadas nas ruas da capital, Lisboa, à procura "do melhor cartão": "As melhores são as caixas dos frigorífico ou aquelas de roupas das lojas dos chineses, mas é muito raro achá-las nas ruas...".
O que mais impressionou a equipa de reportagem da RTP1, que também se deslocou ao Porto, foi a actual invisibilidade dos sem-abrigo. "Só olha para ele quem precisa deles como o cliente que quer guardar as chaves... Eu dizia 'bom dia' às pessoas e voltavam-me a cara. Como me disse um rapaz que está nas ruas desde os oito anos: 'Só Deus e quem passa por elas sabe o que é', contou a repórter.
Rosário Salgueiro, jornalista, e António Antunes, repórter de imagem da estação pública partiram para o terreno e, durante uma semana, viveram como sem-abrigo. Um trabalho jornalístico, intitulado Rua, A Minha Casa, que será transmitido hoje pelas 22.00 horas, no programa Linha da Frente, na RTP1.
"Ouvimos um sem-abrigo a dizer que os jornalistas deviam era passar pelo que eles passam para saberem o que é viver na rua. Fiquei a pensar nisso... Por este ser o ano de luta contra a exclusão social e a pobreza, resolvemos avançar", explicou a autora da peça ao DN.
No terreno, durante sete dias no início do mês de Novembro, os repórteres da estação pública acompanharam três sem-abrigo durante 24 horas. Dia e noite. À chuva ou tapados "por cortinados com urina de gato".
"Não estive todos os dias a arrumar carros, mas fi-lo. E foi curioso porque, em cinco minutos, acabei por conseguir recolher mais dinheiro que aquele que o Francisco fez naquele dia. Acabei, claro, por lhe dar o meu dinheiro", recordou António Antunes, repórter responsável pela captação de imagens e que, dois meses antes, começou a deixar crescer a barba, o cabelo e as unhas.
Rosário Salgueiro recorda ainda as horas passadas nas ruas da capital, Lisboa, à procura "do melhor cartão": "As melhores são as caixas dos frigorífico ou aquelas de roupas das lojas dos chineses, mas é muito raro achá-las nas ruas...".
O que mais impressionou a equipa de reportagem da RTP1, que também se deslocou ao Porto, foi a actual invisibilidade dos sem-abrigo. "Só olha para ele quem precisa deles como o cliente que quer guardar as chaves... Eu dizia 'bom dia' às pessoas e voltavam-me a cara. Como me disse um rapaz que está nas ruas desde os oito anos: 'Só Deus e quem passa por elas sabe o que é', contou a repórter.
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